A safra de soja do ciclo 2021/22 passou longe da expectativa de grande parte dos produtores do Paraná. Depois de um início promissor, com muita chuva no plantio em outubro, a umidade faltou durante meses e os estragos ocorreram em grande parte das regiões. Com isso, o estado projeta colher um volume bem abaixo em relação às estimativas iniciais, uma vez que a quebra pode superar os 35%.
Rally – Importante município produtor de soja, a 50 quilômetros de Maringá, no noroeste, São Jorge do Ivaí recebeu na terça-feira (8/3) a visita do Rally Cocamar de Produtividade. As colheitadeiras já haviam passado por 80% das áreas cultivadas e a média era de 16,5 sacas na contagem por hectare.
Bem abaixo – Segundo a unidade local da Cocamar, como as lavouras mais atrasadas se desenvolveram melhor por terem sofrido menos o impacto da seca, a projeção é fechar a temporada em 20,6 sacas/hectare. Nos últimos anos, a média do município foi quase três vezes maior: 57,8 sacas/hectare.
Desafiador – Com sua família morando no município desde 1963, o produtor João Pauro, de 75 anos, disse nunca ter passado por um ano tão desafiador. Prestes a finalizar a colheita, ele calcula que sua média deve ficar em torno de 26,8 sacas/hectare, menos da metade em comparação à média dos últimos anos, de 62 sacas/hectare. “Foi o nosso pior ano, com certeza”.
Replantio – Por um capricho do destino, o clima adverso acabou, de certa forma, ajudando produtores que, a exemplo de João Pauro, se obrigaram a refazer o plantio após os prejuízos causados por uma tempestade de granizo em 23 de outubro. Em São Jorge do Ivaí, isto aconteceu em 40% do total das áreas. São essas lavouras mais atrasadas que exibem agora um desempenho melhor, com maior número de vagens bem formadas.
Compra antecipada – O produtor mantém a tradição de adquirir todos os seus insumos com antecipação, na cooperativa, onde recebe a orientação técnica do engenheiro agrônomo Juliano Fadoni. “A gente procura investir nas melhores práticas para produzir bem”, afirma.
Custo competitivo – Por comprar os insumos mais cedo, os custos ficaram num patamar razoável e, ao longo dos meses, a cotação da soja apresentou altas. Com isso, o produtor conta que trabalhou com um custo de produção de 20,6 sacas por hectare.
Plantio de milho – Em São Jorge do Ivaí, enquanto a soja ia sendo colhida, as plantadeiras vinham atrás, inserindo no solo as sementes de milho de inverno e, assim, dando início a uma nova etapa. “Estamos otimistas, vamos torcer por uma safra melhor desta vez”, diz Pauro.
Regiões – A colheita avança com percentuais diferentes nas regiões atendidas pela Cocamar, que compreende parte do noroeste e norte do Paraná, oeste de São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul.
Norte e noroeste – O Levantamento semanal concluído na última segunda-feira (7/3) pelo departamento técnico da cooperativa apontou que, no geral, em cerca de 60% das lavouras os trabalhos estavam terminados e a região mais adiantada era o noroeste do Paraná, com mais de 70% finalizados, ante 55% do norte do estado. A expectativa, até então, era de uma produtividade muito desigual, respectivamente, de 13,8 e 43,3 sacas na média por hectare.
SP e MS – No oeste paulista, acima de 62% das lavouras estavam colhidas, para uma média de 41,7 sacas/hectare. E, no Mato Grosso do Sul, mais de 50% da safra já estavam nos armazéns, com média de 34,5/hectare.
Geral – Na média geral da Cocamar, a projeção era 30,5 de sacas/hectare. Os dados referentes à produtividade apresentam pequenas variações a cada semana.
Sobre o Rally –
O Rally Cocamar de Produtividade, em sua sétima edição consecutiva, conta com o patrocínio das seguintes empresas: Basf, Fairfax do Brasil – Seguros Corporativos, Fertilizantes Viridian, Zacarias Chevrolet e Sicredi União PR/SP (principais), Cocamar Máquinas, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar (institucionais), com apoio da Aprosoja/PR, Cesb e Unicampo.