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Na Fazenda primavera, uma floresta produzida por mãos especiais

Nos solos arenosos de Santo Anastácio, município a menos de 40km de Presidente Prudente na região oeste paulista, a Fazenda Primavera é uma fonte de inspiração para o Cultivar, o premiado programa mantido desde 2006 pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial em parceria com a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). O Rally Cocamar de Produtividade foi conhecer o local no dia 1º/4.

Colaboradores – O programa possibilita a cerca de 40 alunos ingressarem no mercado de trabalho, contratados como colaboradores da Cocamar para atuar na produção de mudas de espécies nativas nos viveiros que a APAE possui nas cidades de Maringá e Rolândia, no Paraná.

Destinação – A cada ano, são produzidas 50 mil mudas, em média, que a cooperativa repassa gratuitamente a seus cooperados para a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Reservas – Em quase duas décadas, desde o início do Cultivar, é provável que mais de um milhão de unidades tenham sido fornecidas a milhares de produtores, mas não houve um acompanhamento da formação de suas reservas florestais, até porque a maioria deles levou pequenas quantidades e uma parte das plantas pode ter se perdido em função de intempéries e manejos inadequados.

Mãos especiais – No entanto, a Fazenda Primavera – com seus 16% de teor de argila em média e temperaturas que podem chegar a 45ºC no auge do verão, como se viu neste ano naquela região do Pontal do Paranapanema -, exprime bem uma frase que sublinha o diferencial da realização: a de que suas florestas são produzidas com mãos especiais.

Orgulho – Mais de 40 mil mudas já foram destinadas à propriedade, formando atualmente uma grande área verde que é motivo de orgulho para o engenheiro agrônomo Eduardo Veloso, um dos proprietários.

Reflorestar – “Pelo menos oitenta por cento de todas as mudas que utilizamos vieram dos viveiros de Maringá e Rolândia”, explica Eduardo, ao mencionar que o objetivo foi reflorestar 20% dos 871 hectares da fazenda, como estabelece o Código Florestal. Segundo ele, os primeiros plantios começaram há oito anos, seguindo-se muitas viagens com caminhões abarrotados de mudas. “Somos muito agradecidos à Cocamar”.

Irrigação – Em companhia do filho Pedro, de 28 anos, Eduardo se dedica à produção de milho em uma área em que eles se dão ao luxo de contar com irrigação por pivô central. Eduardo afirma: a existência da mata fez ressurgirem muitas nascentes de água e hoje o líquido brota abundante, a ponto de permitir a instalação daquela estrutura.

Produtividade – Graças à disponibilidade de água, os Veloso colhem a média de 145 sacas de milho por hectare, 40% a mais que a média regional. E lembram que a vazão de água não diminuiu mesmo no ano de 2021, quando a região foi castigada por um prolongado período de estiagem.

Sustentação – “Não adianta pensar em água sem cobertura florestal. Nossa experiência demonstra que essa é uma verdade”, ressalta Pedro, citando que há algum tempo um produtor da região também implantou um pivô central, mas a represa de onde obtinha a água acabou secando, possivelmente porque não havia a sustentação oferecida por uma floresta.

Mão Santa – Implantar uma reserva não é uma tarefa simples e o gerente da propriedade, João Pereira, chamado de Mão Santa por Eduardo, foi quem pessoalmente plantou todas as mudas que hoje formam a mata.

Aclimatar – Ele assegura, com seu conhecimento prático, que muitas mudas perecem porque, antes do plantio, não são aclimatadas à região. Para isso, a fazenda possui um viveiro onde as mudas permanecem por um tempo para um necessário período de adaptação.

Plantio – E, diferente do que se imagina, o melhor momento para iniciar o plantio de uma floresta, pelo menos na propriedade dos Veloso, não é o mês de setembro, no começo da primavera.

Umidade – “Para nós, tem sido melhor plantar a partir da primeira quinzena de março”, garante João, citando que o solo permanece úmido por mais tempo do que nos meses quentes. Isso, entretanto, não livra o plantio do risco de perdas. “Se, no inverno, tiver uma geada forte, podemos perder de 20 a 30% das mudas”, acrescenta.

Exuberância – Ao caminharem pela propriedade, Eduardo, Pedro e João falam com encantamento sobre a exuberância da floresta que começou a nascer a partir das mãos dos alunos da APAE, nos viveiros do programa Cultivar.

Riqueza – São muitas espécies, algumas das quais conhecidas por outras denominações no interior paulista, caso da paineira, lá chamada de “barriguda” pelo formato do tronco. “Com tantas árvores, a fauna ficou mais rica”, diz João, referindo-se à quantidade de pássaros que hoje em dia é comum avistar por ali.

A propriedade – Do total da área da fazenda, 605 hectares foram arrendados para pastagem e, além de milho, há produção de batata-doce e de sementes de braquiária, cultivos típicos nas planícies de Santo Anastácio.

Acompanharam – O Rally Cocamar de Produtividade visitou a propriedade em companhia da equipe do programa de TV RIC Rural e de duas colaboradoras da área ambiental da Cocamar: Aline Achete e Mariana Veroneze.

Na TV – A reportagem será exibida no programa neste domingo (7/4), a partir das 9h, na rede de emissoras da Rede Independência de Comunicação (RIC) no Paraná, que é afiliada Record.

Sobre o Rally – Em sua 9ª edição, o Rally tem a proposta de conhecer e valorizar as boas práticas agrícolas, contando com o patrocínio da Basf, Sicredi Dexis, Nissan Bonsai Motors, Fertilizantes Viridian, Cocamar Máquinas/John Deere e Estratégia Ambiental.

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