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Boas surpresas na viagem do Rally ao extremo noroeste

Entre as regiões mais quentes do Paraná, o extremo noroeste, com seu solo de predominância arenosa, tem ainda a fama de receber baixos níveis de precipitação. Num período de prolongado déficit hídrico e temperaturas muito elevadas, como a deste ciclo 2021/22, não poderia dar outra: as lavouras de soja refletem as perdas acentuadas que estão sendo comuns em grande parte do estado.

Médias irrisórias – De acordo com a Cocamar, que mantém unidades de atendimento em vários municípios do extremo noroeste, como Nova Londrina, as primeiras colheitas estão registrando uma média ao redor de 15 sacas por alqueire (6 sacas/hectare).

Viável – Isto, no entanto, não é uma regra geral: em diversas propriedades, o avanço de modernas estruturas de irrigação está viabilizando a agricultura, sem dizer que a adoção de práticas agrícolas que conseguem reter umidade no solo, também está fazendo a diferença.

Surpresas – Durante esta semana, o Rally Cocamar de Produtividade passou por Diamante do Norte, vizinho a Nova Londrina, e foi também a Guairaçá, perto de Paranavaí. No caminho, boas surpresas.

Expectativa – A primeira delas em Diamante do Norte, onde o produtor e engenheiro agrônomo Luiz Noboru Ishikawa, que há dez anos cultivou as primeiras lavouras de soja na região, está na expectativa de fazer uma colheita bastante razoável, diante das atuais circunstâncias. Em 240 alqueires (580,8 hectares), semeados no início de novembro, ele projeta uma média entre 100 e 120 sacas (41,6 a 49,5/hectare).

Rotação – Noboru faz a rotação de soja com mandioca, cultivada em 25 alqueires (60,5 hectares). Após o ciclo dessa cultura, que leva dois anos, ele entra com a oleaginosa por seis a oito anos seguidos – seus solos apresentam 30% de teor de argila.

Proteger o solo – “Faço uma calagem profunda e, no inverno, adoto o consórcio milho e braquiária”, afirma, enfatizando ser indispensável proteger o solo das altas temperaturas, o que ajuda também a preservar a umidade.


“Caixa d’´água” –
Já as variedades de soja preferidas, são as de ciclo longo. “Se durante uma chuva, a água não escorrer, é porque está sendo absorvida”, comenta o produtor, lembrando que a “caixa d’´água” precisa estar cheia. “Com a rotação, tenho menor custo operacional e maior estabilidade financeira”, resume.

Irrigação – A produtividade esperada por Noboru é a mesma de uma lavoura irrigada situada nas imediações, onde o pivô central está na sua terceira safra. Na primeira, de soja, do ciclo 2020/21, foram 135 sacas de média (55,7/hectare); e, na segunda, de milho, a média chegou a 300 sacas por alqueire (123,9/hectare) onde as geadas não causaram danos.

Vale a pena – “O investimento em irrigação é um grande negócio e, se o clima for favorável, ele se paga em três anos”, afirma o produtor Murilo Tagliatti, acrescentando: em uma lavoura irrigada de soja não é exagero falar em 180 sacas por alqueire (74,3/hectare). Por outro lado, como o milho de inverno é cultivado em consórcio com braquiária, após a colheita do cereal a área ainda vai servir, por algum tempo, de pastagem para o gado.

Orientação – Noboru e Tagliati são assistidos tecnicamente pelo engenheiro agrônomo Wilhian Fogasse, da Cocamar. Segundo Fogasse, só a água não é garantia de boa produtividade: “o produtor precisa fazer um manejo bem feito”.

 

Uma tendência – Investir em irrigação parece, mesmo, ser uma tendência no extremo noroeste. Os irmãos Flávio e João Penteado, que se dedicam à produção de leite de rebanho Jersey em Guairaçá, perto de Paranavaí, se preparam para cultivar soja em uma fazenda no município de Planaltina do Paraná, onde o proprietário adquiriu dois pivôs centrais para cobrir uma área de 80 alqueires (193,6 hectares).

 

Planejamento – Com umidade garantida, os irmãos planejam semear soja bem cedo, a partir de 15/9, fazendo a colheita em dezembro e iniciando a semeadura de milho de inverno em consórcio com a braquiária. Assim, eles esperam colher o milho entre abril e maio, antes do frio mais intenso, e explorar a braquiária.

Feno – Reside aí outra surpresa, encontrada pelo Rally: os Penteado são especialistas na produção de feno. Em média, eles colhem 30 fardos de 500 quilos cada, por alqueire (12,3 fardos/hectare), fazendo oito colheitas ao longo do ano. O feno atende a própria demanda, é fornecido para vários clientes e já começa a ser exportado para Dubai.

A cooperativa – “Além do bom atendimento, a Cocamar é bastante competitiva nas cotações”, afirma Flávio, explicando porque tem preferido fazer seus negócios na cooperativa.

Potencial – “O extremo noroeste apresenta grande potencial para se desenvolver, sendo muito propício à implantação de projetos irrigados, pois água é o que não falta”, comenta o gerente da unidade da Cocamar em Nova Londrina, Fábio Assis.

Sobre o Rally

O Rally Cocamar de Produtividade, em sua sétima edição consecutiva, conta com o patrocínio das seguintes empresas: Basf, Fairfax do Brasil – Seguros Corporativos, Fertilizantes Viridian, Zacarias Chevrolet e Sicredi União PR/SP (principais), Cocamar Máquinas, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar (institucionais), com apoio da Aprosoja/PR, Cesb e Unicampo.

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