Importante município produtor de soja do norte do Paraná, Nova Fátima, a 96 quilômetros de Londrina, já tinha 25% de suas lavouras colhidas na manhã de terça-feira (21/3) quando recebeu a visita do Rally Cocamar de Produtividade.
Na avaliação da equipe técnica da unidade local da Cocamar, a expectativa é de uma média não muito superior a 140 sacas por alqueire (57,8 sacas na medida em hectare).
De plantio mais tardio que em comparação, por exemplo, ao noroeste do estado, as lavouras ficaram mais vulneráveis a um intenso ataque de ferrugem – doença que neste ciclo encontrou condições favoráveis para se desenvolver devido às chuvas constantes, que também dificultaram o controle químico por parte dos produtores. Além disso, o tempo seco em dezembro reduziu o potencial produtivo.
“Em linhas gerais, foi um ano muito bom, ninguém pode se queixar, mas as lavouras não tiveram o mesmo desempenho de outras safras”, comenta o gerente da unidade, Claudinei Donizete Marcondes. A Cocamar conta com cerca de 280 cooperados em Nova Fátima e a previsão é receber ao menos 50 mil toneladas da oleaginosa em suas estruturas.
A família Canedo já havia colhido aproximadamente 100 de seus 320 alqueires na vizinha Congoínhas e segundo o produtor Joaquim – filho de José Antônio Canedo, um dos sócios da propriedade com seus irmãos Alcirley e Ronaldo – a média até o momento era de 150 sacas por alqueire (62/hectare), pouco acima das 147 sacas de média (60,7/hectare) obtida na safra 2021/22, mas longe do recorde de 168 sacas/alqueire (69,4/hectare) alcançado no período 2020/21.
“Deu muita ferrugem e também percevejo e por causa das chuvas a gente não conseguia entrar com a pulverização”, explica Joaquim, de 30 anos, que é técnico agrícola e engenheiro civil.
Atendidos pelo engenheiro agrônomo Jonatas Volpato, da Cocamar, os Canedo se dedicam à produção de sementes de soja e, no inverno, produzem trigo.
Cerca de 40% das terras cultivadas pela família Gulhão, de um total de 1,3 mil alqueires em Nova Fátima e imediações, são também para a produção de sementes, informa Paulo, de 42 anos. Filho de Milton Gulhão e sócio dos irmãos Leandro e Renato, Paulo diz ter a expectativa de uma média no atual ciclo de 145 a 150 sacas por alqueire (60 a 62 sacas/hectare), inferior à marca de 168 sacas/alqueire (64,9 sacas) alcançada no último ano.
“Choveu muito durante a floração”, explica o produtor, lembrando que a sequência de vários dias sem a incidência de sol pode ter atrapalhado a fotossíntese das plantas. “Tivemos também a ferrugem e, para completar, um período muito seco e sob fortes temperaturas em dezembro, o que chegou a prejudicar um pouco”, menciona.
Assistidos pelo engenheiro agrônomo Leandro Luppi, da Cocamar, os Gulhão investiram mais intensamente neste ano na aplicação de foliares recomendados pela cooperativa, como a sua linha de produtos Viridian que, na opinião de Paulo, “fez a diferença”.
A ocorrência de chuvas passageiras quase que todos os dias tem atrapalhado o avanço da colheita, mas a previsão do gerente da Cocamar em Nova Fátima é que os trabalhos estejam praticamente finalizados em quinze dias.
Em seu oitavo ano, o Rally Cocamar de Produtividade conta com o patrocínio da Basf, Sicredi Dexis, Fertilizantes Viridian e Nissan Bonsai Motors (principais), Cocamar Máquinas/John Deere, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar.