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Núcleo feminino tem encontro anual

Cerca de 480 participantes conheceram a experiência de três exemplos da força feminina, acompanharam palestras e participaram de churrasco

Aproximadamente 480 produtoras de várias regiões do estado participaram dia 8/11 do Encontro Anual do Núcleo Feminino promovido pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial em sua Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT) em Floresta, município da região de Maringá.

PARTICIPAÇÃO – A programação começou com uma saudação do superintendente de Relação com o Cooperado, Leandro Cezar Teixeira, que falou sobre a importância de a mulher participar mais ativamente do negócio da família, uma vez que ela é também proprietária. “O envolvimento da esposa e dos filhos contribui para que a tomada de decisões seja mais assertiva”, disse.

EXEMPLOS – Para reforçar esse tema junto às participantes, três cooperadas foram convidadas a contar suas experiências: Yara Cavichioli, viúva, de São Jorge do Ivaí; Natália Tormena, solteira, de Paraíso do Norte; e Ângela Jordão, casada e moradora em Nova Esperança, cuja família é produtora em Paranacity.

PIONEIRA – Com três filhas e oito netos, Yara é pioneira em São Jorge. Casada em 1969, ele conta que desde cedo procurou inteirar-se da atividade do marido. Assim, quando ficou viúva, conseguiu conduzir com desenvoltura a propriedade onde produz soja e milho, não tendo receio de frequentar ambientes masculinos – fato ainda comum no meio rural.

CONTROLE RÍGIDO – Conduzindo suas finanças com rigidez, Yara revela que só faz compromissos que estejam ao seu alcance e cita que neste ano se surpreendeu ao conversar com o gerente de uma instituição financeira de sua cidade e saber que a quase totalidade dos produtores em contraiu empréstimo para fazer frente às dívidas que resultaram do cultivo de milho de inverno, cujas contas não fecharam. “Eu fui uma das poucas pessoas que não precisaram recorrer aos bancos”, comentou.

PREPARO – Segundo Yara, as mulheres precisam se preparar-se para uma situação como a que ela enfrentou, de perda repentina do marido. E cita que, com sua experiência, é procurada por mulheres que, por um motivo ou outro, se veem diante do desafio de assumir a propriedade da família. “Momento em que geralmente bate o desespero e o negócio fica sob risco”, finalizou.

DESAFIO – Formada em gestão do Agronegócio, Natália explica que não tinha planos de voltar a morar com a família, mas a perda de um dos irmãos de seu pai, em 2010, fez com que ele a convidasse para ajudá-lo na gestão dos negócios, uma vez que se encontrava bastante sobrecarregado. “Eu não tinha experiência em gestão e fui atrás de me capacitar”, disse, comentando que foi aprendendo a lidar com tudo o que se relaciona ao que está fora da porteira. “Hoje eu estou tranquila e gosto que faço, mas continuo buscando conhecimentos, pois a propriedade é uma empresa que requer atenção e cuidados”, frisou.

TRADIÇÃO – Por sua vez, Ângela, que é advogada, lembra ter vindo de uma família com tradição na agricultura, sendo que a ligação com o campo permaneceu após o casamento. O marido assumiu a propriedade da família e ela, tendo feito pós-graduação em direito agrário, se insere na atividade cuidando da parte burocrática (questões trabalhistas, fiscais e tributárias). “A administração exige muito e o produtor agora é um empresário, a família só tem a ganhar quando a mulher participa junto”, observou. Segundo Ângela, tomando-se os necessários cuidados, muitos problemas podem ser prevenidos nessa área jurídica.

CAPACITAÇÃO – Ainda sobre esse assunto, o gerente de Cooperativismo, João Sadao, informou que a Cocamar vem se preparando para oferecer um programa de capacitação para esposas de produtores cooperados que, a princípio, teria seis módulos: desenvolvimento pessoal, gestão de pessoas, governança no agro, gestão econômica e financeira, inovação e agricultura de precisão, e assuntos ligados à Cocamar propriamente (organização que pertence às famílias dos cooperados). “Estamos ouvindo sugestões sobre o conteúdo programático e o objetivo é lançar esse programa no começo do próximo ano”, destacou.

PALESTRA – Na sequência, as produtoras assistiram a uma palestra motivacional com Patrícia Santos, sobre o tema “O que os contos nos contam” no qual, entre outros aspectos, ela falou a respeito do controle da raiva, um sentimento comum que, muitas vezes, acaba gerando muitos problemas.

CHURRASCO – Após o almoço, em que as produtoras se serviram do “churrasco da patroa”, feito por mulheres, elas foram divididas em grupos para visitar estações distribuídas pela UDT, nos quais, entre outros temas, eles receberam informações sobre agricultura de precisão, conheceram o Centro de Soluções Conectadas (CSC) da Cocamar Máquinas/John Deere.

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