Parque de Exposições ganha espaço permanente para a inovação e surgimento de startups do agro
Um novo espaço importante no universo do Agromuseu, inaugurado na Expoingá este ano, é o Inova Agro, área destinada a Startups do agronegócio, mantida pela Sociedade Rural de Maringá, em parceria com o Sebrae-Noroeste do Estado e a Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná).
Trata-se de um espaço de incentivo à inovação no segmento do agronegócio, que irá abrigar iniciativas inovadoras que ajudem no desenvolvimento do setor. Um exemplo são os projetos que nascem dentro do Hackathon Inova Agro da Expoingá, que este ano se encontra na 4ª edição, reunindo diversos projetos desde a primeira edição.
Autoridades presentes à Exposição Feira Agropecuária Industrial e Comercial de Maringá inauguraram junto com diretores da Sociedade Rural o novo espaço no parque, na noite desta sexta-feira, logo após a abertura oficial da 49ª Expoingá.
O prefeito Ulisses Maia disse que Maringá é um polo de inovação da área tecnológica e o novo ramo de atuação da Inova Agro dará ainda mais impulso ao município neste campo. O presidente do Sebrae Paraná, Ercílio Santinoni, ressaltou o aspecto da inovação como um dos mais importantes do mundo atual, onde “tudo muda da noite para o dia”.
Já a presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, enfatizou as parcerias com o Governo do Estado, Celepar e Sebrae para viabilizar o espaço que deverá receber startups do agro e ajudar na transformação do campo. Segundo ela, a expectativa é de que muito em breve diversas empresas possam ser aceleradas no novo espaço e venham contribuir com o desenvolvimento do agronegócio.
Projeto Smart Bov é o grande vencedor do Hackathon Inova Agro 2023
Proposta inova ao sugerir implantação de chip no rúmen do gado para monitorar e administrar a saúde do animal, assim como a qualidade da produção do leite.
O projeto Smart Bov é o grande vencedor do Hackathon Inova Agro 2023 e marca mais uma grande edição da maratona de tecnologia voltada às soluções do agronegócio em meio à programação oficial de atrações da Exposição Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Maringá (Expoingá). A proposta aprestada por uma equipe formada por cinco estudantes de Engenharia de Software inova ao sugerir a implantação de um chip no rúmen do gado para monitorar e administrar a saúde do animal, assim como a qualidade da produção do leite. A questão central da 4ª edição do Hackathon era buscar soluções digitais para o gado de leiteiro e contou com número recorde de inscritos: foram 171 competidores, que formaram ao todo 30 equipes.
O evento foi iniciado na última quarta-feira e encerrada nesta sexta, 5, com apresentação final de nove grupos finalistas. Eles passaram por uma nova banca de jurados, onde foram classificadas as três equipes vencedoras. Além da Smart Bov, em segundo lugar ficou o projeto Ensineo, que propõe um sistema de inteligência artificial para monitorar as rotinas de trabalho dos operadores. “É um software utilizado em câmeras que detectam movimentos de toda a equipe para administrar a linha de produção”, explica Cezar Augusto Fornazaro, diretor da SRM (Sociedade Rural de Maringá) Jovem e da Software By Maringá.
Já a equipe terceira colocada foi a Cowtech, que propôs um sistema de análise corporal do animal, que visa detectar patologias. “Também é uma ideia inovadora e aplicável”, relata Fornazaro.
O primeiro lugar ganhou um R$ 3 mil, além de camarotes; o segundo, R$ 2 mil e o grupo terceiro colocado recebeu R$ 1 mil, também com os camarotes.
“Ficamos muito felizes em poder realizar mais essa maratona com grandes parcerias. São projetos como estes que nos revelam o potencial de Maringá. Essa sequencia de Hackathon traz belas soluções para o agronegócio. Que a cada edição a Expoingá traga ainda mais novos talentos para a inovação e soluções da nossa área”, frisa Maria Iraclézia Araújo, presidente da SRM, realizadora da Expoingá.
Para Ercílio Santinoni, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, a maratona, além de revelar grandes ideias, inovação e tecnologia, desperta o empreendedorismo jovem. “Queremos fomentar o empreendedorismo nestes jovens para que eles desenvolvam os seus negócios. O Sebrae se mantém disposto a apoiá-los, acompanhá-los para que se tornem empreendedores de sucesso e avancem de forma assertiva. Temos diversos talentos aqui que precisam ser aproveitados”, conclui.
Mostra de Senepol é a maior da raça em número de animais do Paraná
Com 70 animais, a mostra de Senepol da Expoingá 2023 é a maior da raça já realizada no Paraná. Em nenhuma outra, houve tantos exemplares reunidos em um único evento do gênero. “É um presente para a Exposição de Maringá, pela acolhida que recebemos em anos anteriores, pela dimensão da exposição e pela importância dela no cenário nacional”, diz o criador, Artur Cezar Vigilato, que pelo quarto ano consecutivo está presente no evento.
Considerado o maior expositor da raça, no Brasil, Vigilato, também é um dos principais divulgadores e disseminadores do Senepol no Território Nacional. O plantel dele teve início em 2016, após participar de um leilão, no ano anterior, e se interessar pelos animais de couro avermelhado, originários do cruzamento entre N’Dama, do Senegal, no Oeste da África, e Red Poll, da Inglaterra. “A rusticidade, a precocidade, a facilidade de adaptação e o potencial de transmissão da genética me chamaram a atenção. Passei a pesquisar e conclui que era onde eu ia investir”, destaca.
20 anos
Ao longo de quase de duas décadas, Vigilato desenvolve um projeto modelo que virou referência para os criadores da raça. Na execução das estratégias, ele conta o olhar atento e o trabalho determinado de Diogo Henrique Bianchi, que carrega a bagagem de ter atuado, no Estado de Rondônia, ao lado do precursor do Senepol, no Brasil, João Arantes. “São animais dóceis, que produzem carne de qualidade superior, macia e saborosa”, ressalta.
Líder
Uma das características do Senepol é a capacidade de um touro a campo conseguir cobrir 40 vacas; enquanto, outras raças, na comparação, chegam a, no máximo, 25 fêmeas. Outra é a aptidão para a produção de leite. Hoje, após o desembarque dos primeiros animais no País, em 2000, o Brasil reúne o maior rebanho da raça no mundo.
Rebanho Franqueiro impressiona pelo tamanho dos chifres
Com imagens que remontam a construção das pirâmides do Egito, o gado Franqueiro está presente na Expoingá 2023. No pavilhão onde estão expostos, os animais chamam a atenção pelo tamanho dos chifres, a principal característica visual da raça, que podem chegar a ter mais de dois metros de comprimento de uma ponta a outra.
No Brasil, o Franqueiro dominou o Sul do País, por séculos. Trazidos pelos padres jesuítas, ingressaram no Território Nacional, na fronteira com o Uruguai para se instalar na Serra Gaúcha. Hoje, o rebanho se resume a pouco mais de 2 mil cabeças, com 30 criadores oficiais.
Corbélia
Os animais presentes na Expoingá 2023 são de uma fazenda localizada no município de Corbélia, no sudoeste do Paraná. É o único criatório do Estado; carrega uma tradição de mais de cem anos; e está na terceira geração de criadores. “É uma paixão”, destaca Jair José Bueno, que, há mais de dez anos, viaja para tratar e zelar do plantel pelas principais exposições agropecuárias do País.
Característica
Quando desembarcou no Brasil, o Franqueiro era usado como “trator” da época, além de produzir leite, rico em gordura; carne, com alto teor de marmoreio, “macia, saborosa e suculenta”; e o couro, para diversas finalidades. As fêmeas têm boa habilidade materna e garantem bezerros desmamados com bom peso e desenvolvimento adequado.
A origem do nome brasileiro é uma referência ao local para onde os animais foram levados, depois de deixarem a Serra Gaúcha e se radicarem na região de Franca, no interior do Estado de São Paulo.